segunda-feira, 21 de junho de 2010

Flor do Deserto

Li este livro quando tinha uns 14 ou 15 anos. Foi recomendado/obrigado por uma professora de filosofia. E porquê?! Não sei. Porque lhe apeteceu!


Tenho alguma curiosidade de o reler, passados estes 10 anos, e perceber as diferenças na compreensão do mesmo. Na altura, este livro foi difícil de "engolir". Lembro-me do quão angustiada fiquei ao ler o relato desta história verídica. A história da mutilação genital feminina; da sua crueldade e da carnificina que ainda hoje se pratica em alguns países! Por mais que já tenha sido condenada, a mutilação genital feminina continua a ser praticada por povos conservadores que consideram que a mulher não deve sentir prazer sexual para que seja pura... pois assim nunca cairá na tentação de traír o seu marido... a mutilação é feita enquanto criança para que o risco de aquela criança/mulher experimentar o prazer seja menor.

É a história de Waris Dirie, uma verdadeira heroína. Apesar de não ter conseguido escapar à mutilação - experiência que ela descreve pormenorizadamente, apesar de ter apenas 5 anos nessa altura - consegue fugir daquele meio e fugir a um casamento planeado. Com apenas 13 anos, ultrapassa uma série de provações e chega a Inglaterra, onde trabalha, estuda, chega a modelo e encontra o amor.

Não mais me esqueço do que ela diz no fim... Mas não vou estragar o filme àqueles que, como eu, queiram ver.

Relembro que não é um livro fácil... veremos como está o filme!

2 comentários:

Bruno Martins disse...

é um acto cada vez menos praticado, mas só o facto de poder haver uma, só uma, mulher a passar por isto... é já revoltante que baste.

enfim
BM

Andrea Santos disse...

Este blog não sabe o que são parágrafos. por mais que os faça ele não assume.

O nº de mutilações diminuiu drasticamente, segundo a ONU. Contudo há um nº residual que não se consegue saber ao certo... sabe-se que existe mas não em que quantidade! Na Somália - país relatado neste livro - há crianças que nem são registadas e, mesmo as que são, vão fazer esta barbaridade em vãos de escada que nunca entram em estatísticas... Mas é como dizes, bastaria que uma mulher sofresse esta mutilação para que fosse revoltante!